Considerado um dos grandes romancistas brasileiros, Érico Veríssimo nasceu em Cruz Alta (RS), em 17 de dezembro de 1905. Antes de dedicar-se exclusivamente à literatura, exerceu várias atividades profissionais: foi comerciário, bancário, balconista de farmácia e desenhista na Imprensa gaúcha. Trabalhou na Editora Globo, da qual seria conselheiro editorial. Seu primeiro romance, Clarissa, data de 1933, mas o sucesso só chegaria, anos mais tarde, com Olhai os Lírios do Campo, cujas tiragens chegaram a 62 mil exemplares. Foi acusado de ser simpatizante do comunismo, por ter assinado um documento contra o nazi-fascismo. Descontente com o Governo de Getúlio Vargas, aceitou, no início dos anos 40, convite do Departamento de Estado Norte-Americano para ensinar Literatura Brasileira na Universidade de Berkeley, na California, embora não tivesse grau superior. Viveu nos EUA até 1945, só retornando ao Brasil no fim do Estado Novo. As experiências dessa época estão relatadas em Gato Preto em Campo de Neve e A Volta do Gato Preto. Publicou, ainda, Brazilian Literature: an Outline, traduzido para o Português, em 1995. Em 1953, em substituição a Alceu Amoroso Lima, assumiu a direção do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-americana, na secretaria da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington. Tornou-se popular pelos temas românticos que escolheu para seus livros, embora tenha, também, trabalhado sobre ambientes políticos. Escreveu, entre outros: Um Lugar ao Sol; O Resto é Silêncio; Saga; A Noite; O Senhor Embaixador; Incidente em Antares (uma alegoria da ditadura militar brasileira, foi transformada em minissérie e exibida pela Rede Globo de Televisão). Famosa, também, é a trilogia, de temática regional, gaúcha: O Tempo e o Vento: O Continente; O Retrato e O Arquipélago. Para o público infantil, escreveu: O Urso com Música na Barriga; As Aventuras do Avião Vermelho; Viagem à Aurora do Mundo; Os Três Porquinhos Pobres; As Aventuras de Tibicuera; Aventuras no Mundo da Higiene. Apaixonado por viagens, também escreveu México e Israel em Abril. Deixou um livro de memórias: Solo de Clarineta. Recebeu inúmeros prêmios, entre eles, o Prêmio Machado de Assis, da Companhia Editora Nacional, por Música ao Longe; o Prêmio Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras (ABL), por Caminhos Cruzados, e o Prêmio Machado de Assis, também da ABL, pelo conjunto da obra. Era pai do escritor e jornalista Luiz Fernando Veríssimo. Morreu em Porto Alegre, em 28 de novembro de 1975.
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