“ A cor dos olhos de Toni continuava ser pra ele um enigma. Era um cinzento que ainda não havia se decidido bem entre o verde e o azul, mas que às vezes lhe parecia puxar mais para o azul. E agora, enquanto ouvia o adágio do quarteto e observava a Fräulein, ele encontrava por fim uma definição satisfatória para aquele par de olhos. Eram duas águas-marinhas puríssimas: dois lagos redondos, frescos e límpidos, em cujo fundo nadavam peixes.
Quando ele estava na frente da rapariga, Rodrigo tinha a impressão de que sua própria imagem, refletida no fundo daqueles poços, era como um grande e estranho peixe. E essa idéia deixava-o conturbado.
Uma das coisas que mais gostava era a risada de Toni – uma risada musical, com algo de vidro e de água, a sugerir um parentesco com os olhos.”
(O tempo o e Vento - O retrato 2 – Érico Veríssimo)
Um comentário:
Oi Cássia, Adorei tudo aqui. Do Érico Verríssimo só li Olhai os Lírios do Campo, muito bom e me chamou atenção a frase: A vida começa novamente, todos os dias.
Quer me visitar? também tenho um blog aqui:
http://www.amoarte.blogspot.com/
vai lá. Beijo...
Auristela
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