Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
Ferreira Gullar
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
Ferreira Gullar
2 comentários:
Show de Bloggg ... rsrsrs ... Qdo eu crescer como Blogggeira... quero ser como você... hehehe...
BeijoKKKsss bem meleKKKentasss
adoro você sua grudenta...
F. Gullar é um dos meus poetas preferidos. Quando era adolescente tinha um livrinho de uma coleção chamada "Literatura Comentada", nooossa... li aé gastar!
Fagner também adorava, o Fagner dessa fase, antes de enveredar pelo brega...
O resultado é que, para mim, um poema de Gular cantando por Fagner só pode ser uma obra-prima!
Beijos!
Postar um comentário