quinta-feira, 5 de março de 2009

como louça...como água...

“Não, não ofereço perigo algum:
sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro,
sou definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto -
se tomada com cuidado, verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto mas, se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos,
me esfarelo em poeira dourada."
(Caio Fernando de Abreu)

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