As mulheres cariocas, ao apontar itens que definem a qualidade de vida, valorizam mais as horas de sono e os exercícios físicos do que o sexo. Já para os homens que vivem no Rio, o sexo só perde para "alimentação saudável".
As mineiras valorizam mais as relações sexuais do que os exercícios físicos. Mas o sexo também fica atrás de itens como "qualidade do sono" e "trabalhar no que gosta".
A conclusão faz parte de uma pesquisa sobre o comportamento sexual dos brasileiros, realizada por Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina da USP. O levantamento teve patrocínio do laboratório Pfizer, que produz o Viagra (medicamento contra a impotência).
Na primeira fase da pesquisa, cujos resultados foram apresentados ontem, 1.715 cariocas e mineiros, homens e mulheres com mais de 18 anos, responderam sobre afetividade e desempenho sexual. O estudo ainda será feito em mais oito capitais brasileiras-incluindo SP.
"Esse resultado pode ser considerado surpreendente até certo ponto. Tradicionalmente, pesquisas mostram que homens valorizam mais o sexo do que mulheres. Eles colocam o sexo como prioridade da vida", afirmou Abdo, que também atua no Instituto de Psiquiatra do HC de SP.
Apesar de afirmarem que dormir bem e malhar são mais importantes do que fazer sexo, 78,5% das cariocas dizem ter uma vida sexual "excelente" ou "boa".
Entre os homens cariocas, o resultado é de 77,9%.
Outra conclusão refere-se à iniciação sexual: quase 90% das mulheres, no Rio e em BH, afirmam que tiveram a "primeira vez" com o namorado. Entre os homens, o percentual é menor: quase 35%.
"As mulheres têm a primeira vez com o namorado, mas há mudanças. Por exemplo, quanto à distinção entre vida sexual e afetiva. Os homens estão menos sectários [acham que os dois aspectos estão relacionados]. E as mulheres começam a ir na direção contrária, separando a vida sexual da afetiva."
Indagadas se a realização na vida afetiva e sexual são situações distintas, 53,4% das mulheres no Rio e 55,9% em BH disseram "sim". Entre os homens, foram 61,4% e 63,2%, respectivamente.
No Rio, os homens afirmam transar 3,3 vezes por semana -mas gostariam de 7,8 vezes. As mulheres disseram ter 2,3 relações --e desejariam 4,5. Os mineiros gostariam de oito vezes na semana; as mineiras, cinco --o dobro do que afirmam ter.
da Folha de S.Paulo, no Rio
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